viu quando o seu olhar tirou a roupa e deitou nú meu ?

cê viu quando o seu olhar deitou nú meu ?
você viu quando o seu olhar tirou a roupa e deitou nú meu ?
e eu fiquei ::: meudeus!

que doce foi ser teletransportada
pra terceira camada da sua retina
onde é rotina
o seu corpo nú (no) meu

[enquanto eu tou lá deitada
ressacada de tanto prazer]

se você inventar de ser
visionária
enxergar mais além
vai ver que:::
é debaixo dessa casca grossa
do seu globo ocular
cabe a mim morar
e eliminar o frio
no meio das suas coxa
e qualquer coisa oca
que mora na sua mente
sairá [não mais que] derrepente
e um repente
pode até ser a nossa canção
ou aquele partido alto
que se canta na palma na mão

é que a gente sente o que vai mudar a direção
olho nú no olho
frio na barriga
entrelaçar de mão
abraço que abriga
me aperta toda
quando solta,
já sou outra
menos vazia
muito mais teimosa
inventando novo sentido
pra esticar a prosa
sendo prolixa
na missão de tirar a ideia fixa
que me dá vontade de perguntar se você vem
e eu nem sei se tem alguém
destino acaso ou além
cê vem?
amanhã eu compro passagem lá pra Belém,
cê vem?
se o meu olho
inventar de também tirar a roupa
e te engolir toda
cê vem?
e se eu não souber pra onde
não me importar com ninguém
cê vem?

(para ouvir, só dar o play no áudio no topo do texto, eu recomendo)

– – –
.: texto do livro Alumbramento Mrginal de Bianca Chioma | narração: Maria Rita Casagrande

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