O esporte delas

Em 2011, o futsal começou a fazer parte da minha vida. Um time repleto de mulheres que sabiam realizar um excelente passe, trabalho em equipe e driblar com uma desenvoltura espetacular. Treinos de 2x na semana e aos fins de semana, alimentação saudável e o objetivo de levarmos o time para competições em outros estados, além das disputas no Pará.

Já é mais que sabido o que passam as mulheres que jogam exporte entendidos tradicionalmente como do “universo masculino”. Ainda assim, digo que o exporte, mais especificamente o futebol, renovou a esperança no meu coração.

A disparidade e a dificuldade de inserção e destaque feminino podem ser facilmente observadas até os dias atuais. Apenas este ano, por exemplo, na 32ª edição dos Jogos Olímpicos, as mulheres chegaram perto de ser a metade entre os atletas competindo.

Você sabia, por exemplo, que durante o período que os militares estiveram no poder por aqui, foi determinada uma lei de proibição das mulheres às práticas esportivas? Olha o que dizia uma lei da época:

“Art. 54. Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país” (DECRETO-LEI Nº 3.199, DE 14 DE ABRIL DE 1941).”

As mulheres no esporte lutam por visibilidade, respeito e equidade salarial. Saudações Marta Silva e Megan Rapinoe, que já falaram sobre isso de forma muito contundente nos espaços que ocupam e também publicamente.

As duas são, inclusive, lésbicas, o que me lembrou aqui o que ouvi certa vez numa entrevista do presidente do time do Tolima, time de futebol colombiano: “Liga feminina da Colômbia é ‘terreno fértil para lesbianismo’”.

Dois problemas aqui né gente? Um é a sugestão de que é um problema ser lésbica. O outro é supor que jogar futebol pode “estimular” a lesbiandade, provavelmente pautado na ideia sexista de que futebol é coisa de homem. Tipo: as mulheres que quiserem jogar futebol vão se aproximar tanto do “universo masculino”, que vão “virar” lésbicas.

Tudo errado né, gente? Tudo errado!

Amora.vc é território de mulheres que podem tudo e são tudo, vou exaltar– e muito – o esporte delas por aqui. Fica de olho!

Lésbica, nortista, geminiana, e sapa construtora nas horas vagas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

TOPO

amora é uma multiplataforma online por e para sapatão: as les, as bi, as cis e trans/nb. Um lugar seguro e saudável pra todes nós.