Torcida do Paysandu que apoiou a causa LGBT sofre represálias e membros são agredidos em estádio

A Banda Alma Celeste, torcida organizada do Paysandu que aboliu o grito de “bicha” e estendeu a bandeira LGBT nas arquibancadas, sofreu represálias, tendo alguns membros agredidos, na noite da última sexta-feira, no estádio da Curuzu, em Belém. Os agressores seriam vinculados a outra organizada do clube, a Terror Bicolor. As agressões ocorreram após o empate contra o Luverdense por 1 a 1, em jogo pela Série B.

Não bastasse a violência de fato, mensagens e áudios foram enviadas para integrantes da Banda Alma Celeste, com mais ameaças. Em um dos áudios, um torcedor prega a violência contra os membros da Banda Alma Celeste e afirma que é mascote oficial do Paysandu: “Tem de montar um bonde e sair quebrando, rasgando tudo”.

“Mano, vou falar uma coisa para vocês. Essa onda dessa torcida, se quiser estrear no sábado, não cola, mano. Mas vou dar um papo. Não posso me meter na frente aí, cara, porque sou mascote e todo mundo me conhece lá no Paysandu. Se verem meu tiro nessa onda, os caras vão querer me barrar, vão querer me tirar. Não cola. Não cola ficar esses caras lá não, porra! No estacionamento, com bandeira de veado e o caralho, no nosso meio, não. Tu é doido? Tem de tirar esses caras de lá. Eu vou, mano, despintado eu vou. Tem de montar um bonde e sair quebrando, rasgando tudo. Tu é doido. Eu não aceito esses bichos lá não. Os caras estão tirando a gente. Imagina quando as faixas deles tiver pendurada lá… Tu é doido!”, disse um torcedor, que afirma ser mascote oficial do Paysandu.

 

Após o empate com o Luverdense, houve briga de torcedores no estádio da Curuzu

Outros dois áudios revelam a ira de mais membros da Terror Bicolor.

“Rapaz, eu acho que a a Alma vai acabar nesse jogo, cara [risos]. Tô te falando, mano. A Alma vai acabar nesse jogo. Todo mundo tá revoltando. Todo mundo tá revoltado, mano. Tá é doido. Esses bichos deram dois tiros no pé, de rocha. Pegaram um borozinho, né? Pegaram um borozinho. Vai Lobo, vai para cima deles, mano!”, diz um torcedor.

“Os caras do outro lado tão falando que a Terror já não é a mais a mesma. É só moleque criado pela avó, moleque ‘mamãezando’, que deixaram levantar uma bandeira e que agora está com fama de gay em todo o brasil porque já saiu até em um negócio de torcidas do Brasil. A GLBT, a torcida do Paysandu, diz que já saiu no Face de todo o Brasil: a primeira torcida que leva o GLBT para os estádios. Eu tô é doido. Isso é sacanagem. Putaria e tudo. Agora dizem que vão abrir uma torcida, com CNPJ e tudo: Gay Paysandu! Égua. Não boto fé, mano! Não boto fé, mano!”, diz outro.

Sentindo-se ameaçados, torcedores da Banda Alma Celeste informaram à reportagem que registraram dois boletins de ocorrência. Um para as agressões sofridas por membros. E outro pelo roubo de um instrumento musical.

A torcida tem ações contra a homofobia nos estádios e ganhou notoriedade por conta disso. Mas o assunto irritou alguns membros de outras torcidas, o que tem gerado ataques verbais e, agora, físicos.

Fonte: ESPN

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