Tema da 16ª Parada reivindica aprovação do PLC 122 e distribuição do kit anti-homofobia nas escolas

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Homofobia tem cura: educação e criminalização! – Preconceito e exclusão, fora de cogitação! é o tema da 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que ocorre em junho de 2012. A frase faz referência ao problema da discriminação como uma doença social que afeta a cidadania coletiva e reivindica a aprovação do projeto didático Escola Sem Homofobia e do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006 como as principais ferramentas para combater esse vício. O tema foi o mais votado pelo público em uma enquete realizada no site da organização. Assim como as outras opções, a frase escolhida é resultado de um concurso cultural promovido nas redes sociais.

“Todas as formas de preconceito afetam não apenas o grupo que é vitimado, mas a sociedade como um todo. Recentemente, acompanhamos notícias de heterossexuais que foram violentamente espancados em ataques homofóbicos, por terem sido confundidos com gays, incluindo um pai que abraçava seu filho numa festa. O Brasil precisa entender que educar para o fim da homofobia e condenar os homofóbicos não é uma medida que privilegia os LGBT, mas garante a igualdade e liberdade de todos os cidadãos”, afirma o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), Fernando Quaresma.

A autoria do tema é de Anita da Costa Prado e Luis Guilherme, que participaram do concurso #temadapadara, promovido pela Associação durante o último mês de novembro. Entre cerca de 250 sugestões recebidas por e-mail, Facebook e Twitter, as frases de Anita e Luis foram selecionadas pela diretoria e coordenadores da entidade com outras quatro, que formaram mais duas opções de tema. Em votação realizada no site da APOGLBT, o tema composto pela dupla foi o escolhido pelo público. Confira os resultados:

Homofobia tem cura: educação e criminalização! – Preconceito e exclusão, fora de cogitação! (de Anita Costa Prado e Luis Guilherme)
164 votos (41%)

Onde tem amor, tem família! – Casamento e adoção, nós também queremos! (de Maju Doria e Carol Martins)
148 votos (37%)

Manifeste sua identidade! Celebre a diversidade! – Somos o que somos e lutamos pelo que queremos!(de Gabriel Ribeiro e Paulo Cesar Gonçalves)
85 votos (21%)

Os seis participantes ganharam como prêmio simbólico o acesso ao trio elétrico oficial da APOGLBT, responsável pela abertura da manifestação. Cada um terá ainda o direito de levar um acompanhante.

Escola Sem Homofobia e PLC 122, já!

Em maio de 2011, projeto Escola Sem Homofobia – conhecido também como kit anti-homofobia – teve sua distribuição vetado pela presidenta Dilma Rousseff, após pressão dos legisladores que formam as bancada conservadoras e religiosa no Congresso. Produzido pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com o movimento LGBT, o kit é composto por cartilhas e vídeos didáticos destinados a professores do ensino médio da rede pública, com o intuito de combater o bullying homofóbico entre os alunos. Logo após o veto, o ministro Fernando Haddad garantiu que um novo projeto seria reformulado e que mais de seis mil escolas o receberiam ainda em 2011.

Já a batalha pela aprovação do PLC 122/06 é mais extensa. Apresentado em 2001 pela então deputada federal Iara Bernardi (PT-SP), o projeto foi aprovado na Câmara Federal em 2006 e, desde então, os mesmos interlocutores que barraram o kit, juntamente com diversos líderes religiosos, impedem que sua aprovação no Senado. O PLC já tramitou por duas gestões, passando pela relatoria da ex-senadora Fátima Cleide (PT-RO) e, agora, pela senadora Marta Suplicy (PT-SP); ambas fizeram alterações no texto original de Bernardi.

No dia 14 de dezembro de 2011, o projeto foi discutido durante a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Porém, devido as divergências sobre a nova redação, Marta pediu reexame do PLC numa nova tentativa de conseguir acordo para aprovar o texto.

“A expectativa para a aprovação de ambos os projetos é grande. Mas quanto mais o Legislativo adia essa concretização, novos atentados e casos de descriminação ocorrem a cada dia. Por isso, a Parada de São Paulo vai expressar esse sentimento na Avenida e em toda a programação do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo”, conclui Quaresma. Além do tema, todo o material gráfico da manifestação trará a frase “Escola Sem Homofobia e PLC 122, já!”.

16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo

O Mês do Orgulho LGBT de São Paulo é o calendário anual de atividades sócio-politico-culturais promovido pela APOGLBT a fim de defender a cidadania e direitos humanos da população LGBT, assim como educar a sociedade para o fim da discriminação e preconceito. Nos últimos anos, os temas abordados foram “Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!” (2011), “Vote contra a homofobia: defenda a cidadania!” (2010), “Sem homofobia, mais cidadania – Pela isonomia de direitos!” (2009), “Homofobia mata! Por um Estado Laico de fato!” (2008) e “Por um mundo sem machismo, racismo e homofobia!” (2007).

Além da 16ª Parada do Orgulho LGBT – que ocorre em 10 de junho, na Avenida Paulista – neste ano é realizada a 10ª edição do Ciclo de Debates, a 12ª Feira Cultural LGBT, o 12º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade e o 12º Gay Day.

Cartaz da 16ª Parada LGBT de São Paulo faz metáfora com campanhas de vacinação

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Organizadores da manifestação propõem a “cura” da homofobia através de políticas públicas que viabilizem a educação e a criminalização para o fim do preconceito, como o projeto Escola Sem Homofobia e o PLC 122/06.
27/03/2012

Com o tema Homofobia tem cura: educação e criminalização! – Preconceito e exclusão, fora de cogitação!, o 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo já tem sua arte gráfica definida. A imagem foi concebida pelos artistas visuais Gabriel Victal e Ariel Tonglet – que usaram como referência as campanhas de vacinação populares no país – e será utilizada na identidade visual e todo material gráfico, incluindo as telas dos trios elétricos que compõem a Parada LGBT. A manifestação está marcada para ocorrer em 10 de junho, às 12h, na Avenida Paulista.

O objetivo da arte é reforçar e ampliar o alcance da mensagem transmitida pelo tema. “A ideia não é expor a homofobia como uma doença individual, mas como um vício social que atinge a toda população e, por isso, precisa ser erradicado. A educação e a criminalização são colocadas como formas preventivas de combate a esse vício, portanto, surgiu a ideia de vincular o conceito da Parada deste ano com o das campanhas de vacinação”, explica Victal.

A primeira peça gráfica que apresenta a arte é o cartaz de divulgação do 16º Mês do Orgulho LGBT. Em destaque, aparece a imagem de uma gota, que está introduzida na cultura brasileira desde a década de 1980 para promover as campanhas de vacinação infantil. Nesta versão, o símbolo aparece com as seis cores da bandeira do arco-íris, principal ícone do movimento LGBT mundial.

Para o artista, além de representar a responsabilidade que o Estado tem no amparo de uma população vulnerável, a gota traz ainda outras alusões do imaginário coletivo. “A gota da lágrima, a gota do sangue e até mesmo a gota de esperança são símbolos fortes, presentes no cotidiano de quem é discriminado e luta contra a opressão”, acrescenta o artista.

No lugar da ampola, um ponto de exclamação é a ferramenta utilizada para ministrar essa “vacina”. O sinal dá o tom de palavra de ordem ao tema e o caráter de protesto à imagem, além de representar a urgência da implantação de políticas públicas que combatam o ódio e garantam a cidadania dos LGBT. A mão que o segura no topo da imagem é uma analogia à logomarca da APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) – entidade que promove as atividades – e, ao fundo, o formato do mapa do Brasil reverbera a gota colorida que cai sob a sua superfície.

A arte gráfica será utilizada durante toda a programação também em banners, folders, camisetas, bottons, fundos de palco, possíveis materiais audiovisuais e estará presente em toda as atividades oficiais. A livre reprodução da imagem está previamente autorizada pela APOGLBT e pelos autores, desde que não seja para fins comerciais. Para organizadores de outras Paradas e que desejam utilizar o mesmo tema e arte gráfica do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo, a Associação disponibiliza o arquivo aberto gratuitamente, basta solicitar para [email protected].

Para mais informações, curta a Parada no Facebook e siga @paradasp no Twitter. A Associação também atende pelo e-mail [email protected] e pelo telefone (11) 3362-8266.

 

Fonte: APOLGBT

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