Abri a porta e recebi um sorriso.
Tímido, mas tava iluminando ainda mais aquele rosto maravilhoso que ela tem. Tirou o sapato. Sentou no sofá.
Namorou minha estante. Lamentou comigo a falta da sacada. Ela tb queria ter uma sacada.
As mãos dela estavam meio nervosas, sabe? Aí, ela acendeu um cigarro. A gente falou dos livros, dos meus discos, da militância, da família. Falamos de amor. E aí sorrimos.
Duas taças de vinho que eram pra ser há um mês atrás.
Mais duas.
Aí teve carinho, teve beijo.
Muito beijo.
Teve cama.
Eu tirei a blusa e ela me arrancou a calça.
Me chamou de linda.
Mas, linda é ela.
Jogou o corpo no meu. Me beijou. A respiração acelerou e ela prendeu a mão no meu cabelo.
Aí nossos corpos…. nossos corpos começaram a dançar. Um no outro. Firmes, presos.
Meus lábios vão descendo da boca pro pescoço pra barriga pra lá. Beijo mais. Ela tá muito excitada e suspira. Depois prende um pouco a respiração, parece querer segurar no corpo o tesão que tá sentindo. Coloca os dedos nos lábios e morde. Abre um pouco mais as pernas e me engole.
Se entrega, geme e treme de leve.
Suspira e me segura a cabeça.
Mas quer que eu fique com a boca nela.
Eu fico.
Cai no meu abraço
Dorme. Descansa.
Sorri enquanto dorme, deve estar sonhando.
Me pergunta: é possível?
É! É sim.
Ela vem.
Ela vai.
Cede um pouco, depois não mais.
Depois volta.
Não sei se foi.
Não sei se está.
Mas eu?
Não sei onde, mas estou.
Bem clichê. É só chamar.
Me chama?
(para ouvir, só dar o play no áudio no topo do texto)
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Texto: Mari Lemos
Narração: Mari Lemos
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