Retrato de uma Jovem em Chamas

Quando a tela se acende e você é transportada para o final do século XVIII, é impossível não perceber que este não é apenas um filme de romance. “Retrato de uma Jovem em Chamas”, dirigido por Céline Sciamma, é uma explosão de sentimentos contidos, expressos com a mesma intensidade com que as pinceladas de uma tela ganham vida. O filme mergulha no dilema de duas mulheres, Heloïse (interpreterada por Noémie Merlant) e Marianne (interpreterada por Adèle Haenel), em uma época onde o desejo e o amor entre elas são impensáveis, perigosos, impossíveis, mas inevitáveis.

Sciamma, uma diretora já renomada pela forma como explora as complexidades emocionais do feminino, entrega um estudo de caráter onde o retrato de uma mulher vai além da arte, tornando-se um reflexo do desejo, da resistência e da liberdade. O filme é centrado nas emoções não ditas, nos olhares que falam mais do que palavras, e nos gestos mais sutis que fazem o coração de quem assiste bater mais forte.

A escolha do cenário, a iluminação suave e os longos planos em que as duas protagonistas se observam em silêncio, construindo uma intimidade palpável, são como pinceladas feitas no ar, sensíveis e precisas. Mas há um problema: a lentidão. O ritmo do filme é deliberadamente pausado, o que pode afastar quem espera uma trama rápida ou mais dinâmica.

Retrato de uma Jovem em Chamas
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Direção e Roteiro
Figurino
Cinematografia
Desempenho das Atrizes
Choro
Romance
9.7