Existem notícias de plantas em potes de vidro desde 500 A.C. Nos tempos modernos, foi na Inglaterra, em 1827, que um médico inglês, o Dr. Nathaniel Begshaw Ward descobriu acidentalmente que avencas podiam crescer dentro de algumas garrafas. Fez experimentos com outros tipos de plantas e divulgou amplamente sua descoberta em 1842, num livro intitulado “On The Growth of Plants in Closely Glazely Cases”. Imediatamente se reconheceu a utilidade dessas garrafas (ou caixas wardianas) contendo plantas que logo serviriam para o transporte de plantas raras ou delicadas entre os continentes, em especial do Novo Mundo para a Europa com destino às plantações, coleções ou Jardins Botânicos. Assim as plantas poderiam chegar a salvo, mesmo em face das longas travessias marítimas.
Um jardim isolado em um recipiente fechado é peculiar na manutenção de suas condições atmosféricas. O ciclo das chuvas é mantido, as plantas ficam a salvo das flutuações externas de temperatura e a umidade necessária se mantém estável. As plantas crescem, produzem novas folhas e galhos e aqueles substituídos são recompostos lentamente, reincorporando seus elementos ao solo. Isso indica, sem dúvida, a presença de fungos ou bactérias que atuam nessa decomposição. Entretanto, devido ao equilíbrio, todas essas presenças coexistem como fatores imprescindíveis à manutenção e desenvolvimento da vida no ambiente. Isso faz do terrarium um sistema auto-sustentável. A água do solo é absorvida pelas plantas e transpirada para o meio pelas folhas na forma de vapor d’água, que se condensa nas paredes do recipiente, escorrendo e retornando ao solo e novamente absorvida pelas raízes das plantas. Esse é o ciclo hidrológico ou ciclo das chuvas. Durante a noite as plantas inspiram o oxigênio disponível no ambiente e expiram o gás carbônico. Durante o dia elas inspiram o gás carbônico usado na fotossíntese e expiram oxigênio e transpiram água. O processo de fotossíntese fornece energia para a planta e a absorção de água e nutrientes serão utilizados na formação de seus diversos tecidos e crescimento.
Solo, o que usar?
- Mistura esterilizada de solo para plantas;
- Brita, cacos de telhas ou argila expandida para drenagem;
- Carvão ativado.
Como plantar: Envolva a quantidade de terra desejada em folha de alumínio, coloque em uma bandeja e leve ao forno a 200ºC por 30 minutos. Terra ao forno exala um odor um pouco desagradável, então melhor fazê-lo num dia onde o mínimo de pessoas seja incomodado. Retire do forno e coloque para esfriar em local amplo, abrindo o pacote de alumínio.
Plantas: Em geral qualquer planta de pequeno porte pode ser utilizada para compor um terrarium, exceto as suculentas e cactos. Escolha plantas com exigências similares de umidade, água e luz para dividirem o mesmo habitat.
Espalhe pelo fundo do recipiente a argila expandida, cacos de telhas ou o material escolhido para drenagem, pedaços de carvão ativado, formando uma camada de 3.0 ou 4.0 centímetros. Despeje o solo escorregando-o por um funil de papel jornal para evitar sujar as paredes do recipiente. Utilize ferramentas feitas de acordo com suas necessidades para baixar as plantas, espalhar a terra, cobrir, fixar.
Use um pulverizador para limpar as paredes do recipiente ao terminar e evite encher o terrarium com excesso de água. Caso isso aconteça, deixe-o aberto nos dias seguintes para a evaporação do excesso. Quando verificar que a umidade está no nível desejado, feche o terrarium com a rolha ou tampa. Espere alguns dias e se tudo estiver bem, sele a rolha ou tampa com parafina derretida de uma vela. Mantenha o terrarium próximo à luz indireta, girando uma vez por semana para garantir uma igual distribuição de luz. Nunca o coloque sob a luz direta do sol, isso pode aumentar a temperatura interna e queimar as plantas.