Machismo, feminismo e preconceito são temas do 2º Encontro Latino-Americano de Teatro

Cinco peças serão apresentadas até dia 16/04, em Nova Lima. Espetáculo especial marroquino abre a programação nesta quinta-feira (12)

A partir desta quinta-feira (12), Nova Lima se torna ponto de encontro de artistas da América Latina. Pela segunda vez, a cidade recebe o Encontro Latino-americano de Teatro de Grupo. Realizado pelas companhias mineiras Armatrux, Atrás do Pano e Grupo Dos Dois, o evento apresentará quatro espetáculos no C.A.S.A (Centro de Arte Suspensa Armatrux), com a presença de convidados do continente e também de um artista marroquino.

A programação será aberta com a peça Un marocain, de Ismail Elfallahi. O ator e diretor do Marrocos leva ao palco uma história ambientada em seu país sobre Mohamed, que tem a própria ganância como antagonista. Pela primeira vez no Brasil, Elfallahi destaca as semelhanças entre as duas culturas. “Temos coisas em comum na arte, como o grafite nas ruas e a cultura mais antiga, dos azulejos nas paredes. Além disso, os dois povos amam viver, ser feliz, sorrir, dançar, escutar música. Tudo isso nos conecta”, afirma.

De acordo com ele, o personagem é marroquino, mas poderia ser de qualquer parte do mundo. “É um espetáculo humano”, observa Elfallahi. A peça tem falas em árabe e legendas em inglês. O diretor explica que o enredo permite a ele compartilhar sua cultura com os brasileiros.

FEMINISMO Também chega a BH a mexicana Julieta Escobar com o monólogo Raíz, yo soy, em cartaz na sexta-feira (13). Ela faz o papel de Soledad, que aborda questões urgentes sobre o feminismo e outras bandeiras contemporâneas. A conexão latina continua no sábado (14) com O maluco do céu, animação narrada e ilustrada por Ana Göbel, argentina radicada no Brasil. Ela se inspirou na lenda indígena que atribui a criação do mundo a um ataque de riso.

Para fechar a programação, duas produções mineiras. No domingo (15), será a vez de Thácht – Uma tragicomédia musical, com o grupo Armatrux e direção de Eid Ribeiro. Com trilha executada ao vivo, os protagonistas Rafa e Rufo dialogam sobre suas memórias, abordando aspectos da condição humana e do envelhecimento. Na segunda-feira (16), estará em cartaz Experimento 1: masculino, peça criada pelo Grupo Dois em parceria com a Sala de Giz, de Juiz de Fora. A montagem inédita apresenta o palco vazio com apenas uma caixa de madeira e o personagem, o próprio ator Cristiano Diniz. Ele confidencia à plateia inquietações ligadas à desconstrução da ideia de masculinidade.

“Esse espetáculo estará sempre em processo. A ideia é mostrar o quanto o homem está perdido e o quão violenta é a formação masculina, que proíbe uma criança de chorar. Fala do homem que precisa de aprovação o tempo todo, não respeita as mulheres e não pode fraquejar”, explica Diniz.

Atriz do Armatrux, a curadora Raquel Pedras destaca a importância do encontro latino-americano. “Essencialmente, é a oportunidade de um ser humano falar para o outro. As artes cênicas são ferramenta de transformação. É importante essa troca de vivências, assim como é importante o próprio espetáculo, reconhecer esse momento artístico e conhecer outros grupos. É isso que movimenta nossas criações e nos motiva a seguir trabalhando com arte”, afirma.

• 2º ENCONTRO LATINO-AMERICANO DE TEATRO

Hoje (12) – Un marocain (Marrocos), às 20h30
Sexta (13) – Raiz, yo soy (México), às 20h30
Sábado (14) – O maluco do céu (Argentina/Brasil), às 15h e às 17h
Domingo (15) – Thácht, uma tragicomédia musical (Brasil), às 20h
Segunda (16) – Experimento 1: masculino (Brasil), às 20h30

. C.A.S.A. Rua Himalaia, 69, Vale do Sol, Nova Lima. R$ 10 (cada espetáculo). Informações: www.facebook.com/encontrolatinoamericano

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