“Work in Progress” se apresenta como um espaço de experimentação, tanto no conteúdo quanto na forma, fazendo jus ao seu nome. A série é centrada em Abby (interpretada por Abby McEnany), uma mulher queer de 45 anos que lida com questões complexas de identidade, corpo, saúde mental e relações interpessoais. A trama, com nuances cômicas e dramáticas, se desenrola de forma que mistura leveza com uma profundidade incomum, abordando a vida de Abby, uma personagem gorda, queer e desencantada com as expectativas da sociedade.
O ritmo da série pode ser, por vezes, desconcertante. Ela tem a capacidade de passar do cômico para o profundo sem avisos, como um reflexo das oscilações emocionais do dia a dia. É uma narrativa não linear, que ganha força nas observações e nos pequenos momentos de vulnerabilidade da protagonista. No entanto, o tom de introspecção e desconstrução da vida pessoal de Abby pode não agradar a todos os públicos, o que reflete nas notas médias de avaliação.
A série recebe críticas mistas, com elogios pela atuação de McEnany e pela representação de uma personagem que desafia estereótipos. No entanto, a abordagem um pouco fragmentada e o ritmo lento da narrativa também são pontos que dividem a audiência.
Se “Work in Progress” não é para todos, ela certamente conquista um público fiel que vê na personagem principal uma representação real e crua da experiência queer e gorda. Ela é uma série de nicho, mas seu nicho é importante e poderoso.