Romance, dor e deboche embalam o amor em “Sentimental”, novo disco de Aíla

Que a arte salva a gente, tá batido dizer. Mas, clichês são clichês por um motivo. Estou dizendo isso porque, em 2016, eu fui salva por Aíla – e por Roberta Carvalho também, sua amada. Do que eu via acontecer entre elas, de como entendi que a arte, assim como o amor, não é algo que a gente faz, é algo que a gente vive. Que o amor pode e deve ser bonito pro mundo, sim. Mas, nunca antes de ser bonito pra gente.

À época, com elas e por causa delas, coloquei em perspectiva o que eu estava vivendo até aquele momento. A vida, a arte e o amor que elas compartilham me tiraram de um canto muito escuro. Foi um respiro.

Me apaixonei pelas duas.

Estou preenchida de memórias amorosas porque chegou aqui pra redação de Amora (chique, rs), o material de divulgação de “Sentimental”, terceiro disco recém-lançado da artista e compositora paraense Aíla, que segue sua trajetória de ecoar no mundo o pop da Amazônia.

Deste disco, já tinha grudado no meu ouvido dois singles lançados anteriormente. “Amor e Sacanagem”, que Aíla divide os vocais com a Luísa Nascim (Luísa e Os Alquimistas) e canta “Gata, será que cê tem coragem de experimentar amor e sacanagem?” embalada naquela melodia pop amazônica que convida de um jeito muito gostosinho os corpos a se encontrarem. A outra é “Água Doce”, que tem um dos meus vídeos preferidos deste ano, sensualidade sapatão pura:

Aliás, esta é outra coisa que gosto demais em Aíla. A forma como ela, através do que produz, segue afirmando e reivindicado um lugar pop também para mulheres lésbicas. “A maioria dos ícones super pops no Brasil, quando são mulheres, são mulheres que super afirmam a sua heterossexualidade. E quando eu me posiciono como mulher lésbica ainda existem portas que se fecham ou que me colocam numa caixinha. Meu som é pra todo mundo e neste novo disco, eu quis falar de amor, o tema mais popular de todos os tempos. O amor romântico, o amor doído, o amor debochado. A desilusão, o flerte, as mil facetas que envolvem a emoção e os encontros da nossa existência.”

O disco traz ainda faixas com a participação da também paraense Keila (saudades Gang do Eletro, meu toque de celular é de vocês até hoje) e Rincon Sapiência (SP).  As letras são gostosas e diretas, com refrões chicletes e forte apelo popular. A direção artística e musical é da própria Aíla e um time de produtores de destaque, como Baka, Iuri Rio Branco, Gabriel Souto e Félix Robatto. A capa do disco, em que Aíla aparece flechada num look rosa super cintilante, é uma obra de arte à parte, com identidade visual assinada pelos artistas paraenses Roberta Carvalho e Lucas Mariano, a direção criativa do ensaio fotográfico é feita por Vitor Nunes, com foto de JR Franch, ambos da Região Norte também.

Pra conhecer e ouvir, só CLICAR AQUI.

 

Sapatão por amor e convicção, casada, mãe de Amoras.

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