Hoje na coluna teremos a história de mais uma linda família colorida: Erieli e Camila, duas paulistas que há 4 anos realizaram o sonho da maternidade com a filhota Maria Clara!
Somos Camila e Erieli, um casal de mulheres que se ama e decidiu formar juntas uma familia! Mas, vamos começar nossa história do inicio: era Dezembro de 2005, eu (Erieli) havia acabado de me assumir gay para minha familia e procurava novas amizades com meninas que, como eu, haviam se assumido. Queria saber sobre as dificuldades que cada uma delas havia sofrido e adicionei algumas em uma rede social. Uma delas era a Camila. Trocamos e-mails e resolvemos nos conhecer pessoalmente no dia 06 de Fevereiro de 2006. Morávamos em cidades vizinhas, Camila foi até minha cidade para me conhecer e rolou uma grande afinidade entre nós. Já no dia seguinte Camila me pediu em namoro e aceitei imediatamente! Dia 07 de fevereiro de 2006 éramos oficialmente namoradas. Nosso amor só aumentava a cada dia e Camila começou a procurar emprego na minha cidade, afinal, só nos víamos aos finais de semana e a saudade doía demais. No dia 29 de maio de 2006 Camila recebeu um telefonema agendando uma entrevista de emprego para o dia seguinte na minha cidade, e lá foi ela! Foi chamada para iniciar no novo emprego no dia seguinte e, no dia 01 de Junho de 2006, estávamos morando juntas na casa dos meus pais, que já adoravam a Camila. Porém, nós desejávamos ter um cantinho só nosso, onde pudéssemos ter total liberdade e autonomia. Assim, com a ajuda de um querido amigo, conseguimos uma casinha pequena e modesta porém, só nossa! E foi assim que em Agosto de 2006 nos mudamos da casa dos meus pais para a nossa casa! Sempre falamos sobre filhos, sempre desejamos ser mães, e, a medida que os dias se passavam, a vontade crescia junto com nosso amor! Porém, não possuíamos recursos financeiros para uma FIV e não estávamos dispostas a enfrentar uma fila de adoção. Foi quando o mesmo amigo que nos ajudou a ter nossa casinha se ofereceu para doar o sêmen, mas no momento tivemos muitas dúvidas e também muito medo. Mas ele havia sido um bom amigo, era divorciado, pai de três filhos e, de repente, só queria nos ajudar! Finalmente resolvemos aceitar. Decidimos então que eu (Erieli) geraria o bebê e, no dia 28 de Dezembro de 2007, exatamente no dia em que nos falamos pela primeira vez dois anos antes, a primeira tentativa de engravidar deu certo! Eu estava grávida! Minha família quase morreu de alegria ao saber da gravidez, já que meus pais achavam que jamais seriam avós por conta da minha sexualidade! Por outro lado, os pais da Camila não ficaram muito satisfeitos com a notícia. Não se exultaram de alegria, mas também não criticaram, apenas acharam loucura, mas, a vida era nossa. Em setembro de 2008 nasceu a princesa Maria Clara! Nossa menina sempre foi o xodó dos meus pais, assim como dos pais de Camila, que não assumiam e custaram a dar o braço a torcer. No primeiro ano de vida da Clarinha eles até a ensinaram a chamá-los de tio e tia! Porém, logo se renderam, assumindo que eram loucos por ela e que apenas sentiam medo que eu e Camila nos separássemos e eles jamais voltassem a ver a netinha novamente, visto que Camila não é a mãe biológica e, perante a justiça, não tinha nenhum direito sobre Maria Clara. Passaram então a ser, finalmente, a vovó e o vovô mais corujas do mundo! Em 2009 fizemos nossa união estável e ainda pretendemos casar também no civil. Quando Maria Clara fez dois anos entramos com o pedido da adoção unilateral em Barretos e, após muitas idas e vindas, em 2013 conseguimos concretizar esse sonho, para alegria de toda a familia! Nunca tivemos problemas na escola da Clarinha, sempre revelamos a verdade e ela sempre foi muito bem aceita, sempre fomos respeitadas, apesar de não mantermos muito contato com os pais de outras crianças da escola. Clarinha nunca questionou nada, sabe que tem uma familia especial, mas ainda é muito jovem para compreender que não é comum encontrar outras famílias como a sua. Para ela é tudo muito natural, nunca sentiu falta do pai, tem os dois avôs que a amam e, por sempre me ver chamando meu pai de papai, assim o chama também. Já enfrentamos algumas situações de preconceito, uma delas foi num dia em que Maria Clara brincava com uma menininha desconhecida e, quando o avô da menina viu que éramos uma familia homoafetiva, afastou a neta da Clarinha e não deixou que elas brincassem mais juntas. Quanto a outros filhos, temos somente a Clarinha por enquanto, mas pretendemos ter mais filhos futuramente!
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