Dono do Coachella continua doando dinheiro a instituições anti-LGBT

Apesar de Philip Anschutz ter prometido que iria parar com as doações para grupos anti-LGBT, um novo artigo mostra que não foi bem isso que aconteceu

No começo do ano passado,o Tenho mais amigos que livros chegou a compartilhar uma notícia envolvendo Philip Anschutz, um dos donos da empresa organizadora do Coachella, AEG.

Anschutz estava sendo acusado de doar dinheiro a uma série de instituições com políticas e práticas anti-LGBT, algo que ele supostamente fazia desde meados de 2010.

Embora tenha inicialmente negado as acusações, a Pitchfork descobriu que o empresário não havia cortado o vínculo com essas organizações, praticando doações até o fim de 2015. Quando a polêmica veio à tona, Anschutz se desculpou e prometeu que cortaria relações com qualquer instituição que promovesse discursos contra minorias.

No entanto, parece que isso não foi colocado em prática. Essa semana, a Pitchfork novamente investigou as doações do empresário e descobriu que Anschutz continua apoiando organizações similares.

Embora os detalhes das doações de 2017 ainda não tenham sido divulgadas, foi descoberto que o dono da AEG parou apenas de contribuir para as instituições que eram o foco da última polêmica, mas diversas outras organizações com vínculos anti-LGBT continuam recebendo dinheiro.

Muitas delas possuem opiniões fortes em relação a essas minorias, afirmando que ser LGBT leva a pessoa a ter uma “sexualidade quebrada”, que a “homossexualidade é uma perversão Satânica do dom do sexo dado por Deus”, ou então que proibiam qualquer pessoa que “fosse sexualmente ativa fora de uma relação de casamento heterossexual” de fazer parte da instituição.

Em resposta, o advogado de Anschutz deu uma declaração onde reafirma que o empresário é pró-direitos LGBTQ, dizendo que essas doações aconteceram porque não “sabia” dos laços dessas instituições em relação ao discurso de ódio contra minorias.

Confira a declaração traduzida à seguir:

Há um ano, nós declaramos publicamente que apoiamos completamente os direitos de todas as pessoas independentemente de sua orientação sexual. Nós continuamos com esses valores e reafirmamos o compromisso que fizemos naquela época que a The Anschutz Foundation não iria conscientemente fazer doações a qualquer organização que apoiasse iniciativas anti-LGBTQ.

Ao longo do último ano, a fundação parou de doar para certas organizações após sermos avisados que algumas de suas atividades eram inconsistentes com os nossos valores. Esse é um processo em andamento onde iremos continuar investigando as instituições que apoiamos, sendo que alguns desses grupos possam ter iniciativas que se estendam além dos objetivos pelos quais decidimos apoia-los. Nós estamos felizes com o progresso que fizemos em relação a isso, mas sempre existe uma possibilidade de melhorias para termos certeza de que as doações da fundação não sejam dadas sem querer para grupos que violam princípios importantes para nós. A fundação recebe pedidos de doações de milhares de organizações todo ano, e faz doações para aproximadamente 800 entidades anualmente. Se nossos sistemas falharam em identificar algumas atividades que não apoiamos, nós iremos parar de ajudar essas organizações assim que investigarmos mais sobre isso.

De tempos em tempos, somos informados que alguns grupos auxiliados pela fundação tem políticas ou práticas preocupantes em relação à comunidade LGBTQ. Nessas situações, nós cuidadosamente investigamos os problemas para determinar se, de fato, qualquer organização que apoiamos possui posições ou pratica ações que são intolerantes ou discriminatórias contra a comunidade LGBTQ. Se encontramos atividades problemáticas, nós primeiramente tentamos trabalhar com essas organizações para incentivar uma mudança positiva se achamos que elas estão abertas para um debate ou para responder ao nosso feedback. Caso essas tentativas se provem insatisfatórias, nós paramos de apoiar esses grupos.

Você pode conferir todos os detalhes sobre cada instituição através do artigo na Pitchfork.

 

Fonte: Tenho mais discos que amigos em matéria escrita por Matheus Anderle

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