Decisão sobre júri popular de PMs no caso Luana Barbosa é adiada para 14 de setembro

Na terça-feira (31/8), em sessão da Quarta Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, foram ouvidos a defesa dos três policiais militares acusados de matar Luana Barbosa, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, em 2016, e a advogada que representa a família da vítima. No entanto, a decisão foi adiada para a próxima sessão, que está marcada para o dia 14 de setembro.

Soraia de Rosa Mendes, advogada de Luana pede que o acusado seja julgado por um júri popular. Os advogados deles, Fábio Donizete Pultz, André Donizeti Camilo e Douglas Luiz de Paula, pedem que sejam absolvidos.

Entenda o Caso Luana Barbosa

A vendedora Luana Barbosa, de 34 anos, levava de moto seu filho, de 14, para a aula. Quando estacionou em frente a um bar para conversar com um conhecido, foi abordada pela Polícia Militar. Ao exigir que fosse revistada por uma mulher, foi espancada pelos policiais e, depois, levada para a delegacia onde foi denunciada por desacato a autoridade e lesão corporal contra um dos policiais.

Durante o espancamento, ela ainda tentou mostrar os seios para “provar” que era mulher. Luana Barbosa morreu 5 dias após o ocorrido, por isquemia cerebral e traumatismo cranioencefálico, em decorrência das agressões sofridas.

Lesbocídio

De acordo com o Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, elaborado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que mapeou assassinatos contra mulheres lésbicas de 2014 até 2017, o Estado de São Paulo concentra o maior número dos lesbocídios registrados, sendo 20% do total de casos mapeados. Cerca de 42% das mulheres vítimas eram mulheres negras, 55% não feminizadas, sendo 13% assassinadas por espancamento.

O caso Luana Barbosa foi acolhido pelo movimento de mulheres negras e lésbicas de São Paulo e de todo o país. A violência sofrida por uma instituição que deveria zelar por ela, em decorrência de tudo o que Luana foi e representa socialmente, interromperam sua vida.

Na cidade onde tudo aconteceu, Ribeirão Preto, foi criado o movimento “Nenhuma Luana a Menos”, que atua para exigir uma investigação imparcial, ressaltando o machismo, racismo e lesbofobia que causaram sua morte.

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